Há vários anos, o Programa Lean Seis Sigma (ou Lean Six Sigma) vem aumentando a lucratividade de inúmeras empresas, por meio da melhoria da qualidade de produtos e processos. Ninguém melhor para contar essa história que Cristina Werkema, a fundadora do Grupo Werkema.
Autora dos oito livros da Série Werkema de Excelência Empresarial – Criando a Cultura Lean Seis Sigma, DFLSS – Design for Lean Six Sigma: Ferramentas Básicas Usadas nas Etapas D e M do DMADV, Lean Seis Sigma: Introdução às Ferramentas do Lean Manufacturing, Avaliação de Sistemas de Medição, Perguntas e Respostas Sobre o Lean Seis Sigma, Métodos PDCA e DMAIC e Suas Ferramentas Analíticas, Ferramentas Estatísticas Básicas do Lean Seis Sigma Integradas ao PDCA e DMAIC e Inferência Estatística: Como Estabelecer Conclusões com Confiança no Giro do PDCA e DMAIC –, a partir de 1997 ela esteve à frente dos primeiros processos de implantação do programa em grandes empresas no Brasil, como Whirlpool [Multibrás (Marcas Brastemp e Consul) e Embraco (atualmente parte da Nidec Corporation)], Cervejaria Brahma (atual AmBev), Belgo-Mineira (atual ArcelorMittal) e Aços Finos Piratini (Grupo Gerdau), durante o período em que atuou como coordenadora técnica do programa na FDG – Fundação de Desenvolvimento Gerencial (atual Falconi). Em parceria com a Whirlpool, foi a primeira consultora no Brasil a desenvolver o Programa Seis Sigma voltado para áreas administrativas e de serviços. Também em parceria com a Whirlpool, Cristina Werkema elaborou a estruturação do programa para abranger os fornecedores da empresa.
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Cristina, Estatisticamente falando, são poucas as pessoas que são boas mesmo naquilo que fazem. Achamos que isto é estatístico. Nesta etapa do processo que se encerra hoje, sempre tivemos total confiança que a estatística estaria a nosso favor: competência, conhecimento, firmeza, personalidade, disciplina, suavidade. Enfim, uma dama conduzindo algo tão árido e que aparentemente pertencia ao mundo masculino… Pertencia. Um orgulho para nós. Vamos nos referir a você, à partir de agora, como “a dama da estatística brasileira”. Parabéns a você e a toda a equipe da Fundação. Receba essa pequena homenagem da Coordenação Geral do Projeto Visão – Embraco e Multibrás Homenagem prestada no encerramento do curso da primeira turma de Black Belts, em 1997. . |
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Cristina Werkema também é autora de outros cinco livros sobre estatística aplicada à gestão empresarial, utilizados em várias disciplinas de cursos universitários e por profissionais das empresas que adotam o LeanSeis Sigma.
As Questões Críticas do Seis Sigma Por Cynthia Rosenburg O Seis Sigma é a metodologia de obtenção de resultados com base em análises estatísticas criada pela Motorola nos anos 80 e popularizada por Jack Welch, o lendário ex-CEO da GE. Empresas do mundo todo, dos mais diversos setores, apostam no Seis Sigma para eliminar defeitos em seus processos. A consultora Cristina Werkema, autora de Criando a Cultura Seis Sigma (editora Qualitymark), é uma das maiores autoridades brasileiras no tema. A pedido de EXAME, ela listou cinco questões críticas sobre a metodologia: 1. Quais são os pontos críticos para o sucesso do Seis Sigma? Diversas questões são importantes para garantir o sucesso de um programa de Seis Sigma. A começar pelo patrocínio da alta administração da empresa. Ele é fundamental para garantir a relação entre o Seis Sigma e as estratégias da organização. A alta cúpula também é responsável por alocar os recursos necessários para os projetos, envolver outras áreas da empresa, assim como fornecedores e clientes, criar planos de reconhecimento e recompensa atrelados aos resultados obtidos, destacar os ganhos nos relatórios anuais e em outros instrumentos de divulgação. Gerenciar o processo de mudança que faz parte do Seis Sigma também é importante. É necessário informar os funcionários sobre os novos conceitos, identificar formas de combater eventuais resistências, associar uma parte da remuneração variável dos gestores aos resultados do programa e promover treinamentos específicos de habilidades comportamentais para os profissionais envolvidos com o Seis Sigma. Vale ressaltar também a importância de escolher projetos que possam ter um impacto grande nos objetivos estratégicos da organização. Para que eles sejam bem sucedidos, os especialistas deverão ter o tempo necessário de dedicação ao programa. Em muitas empresas, os black belts passam mais de 80% do tempo, durante meses, cuidando apenas dos projetos. 2. É fundamental que os resultados sejam traduzidos para a linguagem financeira? Sim. Uma das principais vantagens do Seis Sigma – inclusive em relação a programas tradicionais de qualidade – é a mensuração direta dos benefícios do programa na lucratividade da empresa. No cálculo dos ganhos financeiros, devem ser levados em conta os custos da “não qualidade” reduzidos ou eliminados, tais como custos de retrabalho, capacidade não utilizada ou devoluções de produtos pelos consumidores. Também devem ser criados padrões para a quantificação dos custos difíceis de calcular, como os decorrentes da perda de clientes ou da deterioração da imagem da empresa. 3. O que costuma falhar na implementação da metodologia? O Seis Sigma pode fracassar se não houver uma forte liderança do principal executivo da empresa e se for baixo o comprometimento dos níveis gerenciais. A baixa dedicação dos candidatos a black belts também pode ser um problema. Algumas empresas erram na escolha dos projetos. Um projeto de Seis Sigma deve ter complexidade suficiente para que seja significativo para a empresa, mas não deve ser tão complexo que não possa ser concluído num período de quatro a seis meses (médio prazo) ou de oito a doze meses (longo prazo). 4. Qual deve ser o perfil do black belt? Black belt é o especialista que domina o método e os instrumentos do Seis Sigma e que tem capacidade para liderar projetos complexos, possíveis de gerar resultados com impacto significativo na lucratividade da empresa. Um candidato a black belt deve apresentar características e competências como: iniciativa, entusiasmo, persistência, habilidade de relacionamento interpessoal e comunicação, raciocínio analítico e quantitativo, aptidão para gerenciar projetos. Um elevado conhecimento técnico em sua área de trabalho também é uma característica desejável. 5. Que tendências mundiais podem ser observadas na evolução do Seis Sigma? O crescimento do uso da metodologia em áreas administrativas, de vendas e de serviços, o envolvimento cada vez mais efetivo dos fornecedores da empresa no programa, a maior valorização dos ganhos “intangíveis”, o aproveitamento da aprendizagem obtida nas primeiras experiências (o que resulta em projetos e candidatos escolhidos com mais critério) e a ampliação da idéia de que o programa não é uma moda passageira da área de qualidade. |
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